Teorias populacionais
Por Herodes Cavalcanti 29/07/2023
Malthusiana
Foi formulada por Thomas R. Malthus na Inglaterra em seu ensaio sobre o princípio de população “An essay on the principle of population” de 1798
Para Malthus a produção de alimentos cresce em "Progressão Aritmética" PA (1, 2, 3, 4, 5, 6....) e a população em Progressão Geométrica - PG (2, 4, 6, 7, 8, 9, 12...)
De acordo com a esta teoria o crescimento exagerado da população na Inglaterra levaria a falta de alimentos. Nas palavras do autor:
“A população quando não obstaculizada, aumenta a uma proporção geométrica. Os meios de subsistência aumentam apenas a uma razão aritmética. Uma ligeira familiaridade com números mostrará a imensidade da primeira capacidade comparativamente à segunda” (MALTHUS, 1982, p. 57)
Malthus era crítico ao assistencialismo aos pobres que estava presente na lei inglesa de amparo aos pobres. Na sua concepção qualquer ajuda aos mais necessitados agravaria a pobreza. Ainda segundo Malthus:
“A fim de remediar frequentes sofrimento dos pobres têm sido instituídas leis para impor sua assistência; e a Inglaterra distingue-se particularmente no estabelecimento de um sistema geral deste tipo. É de se temer, todavia, que, embora isto possa ter aliviado um pouco a intensidade da desgraça individual, tenha espalhado o mal num âmbito muito maior” (MALTHUS, 1982, p. 66).
“As leis inglesas de amparo aos pobres tendem a deprimir a condição geral dos pobres das duas suas seguintes maneiras. Sua primeira tendência óbvia é a de aumentar a população sem aumentar a comida para o seu sustento [...] Em segundo lugar, a quantidade de provisões consumida nas casas de trabalho por uma parte da sociedade que não pode, em geral, ser considerada como a mais valiosa diminui a porção que, de outra forma, pertenceria a membros mais industriosos e valiosos e, assim, da mesma maneira, força mais gente a se tornar dependente” (MALTHUS, 1982, p. 77).
“Solução malthusiana”
- Vida virtuosa (abstinência sexual) e corte de assistencialismo.
- Somente quem possuía terras agricultáveis poderia ter mais filhos.
- Visão liberal, não adianta criar leis para limitar o número de filhos por casal.
Observação:
Cabe atentar que Malthus pode ser considerado um liberal conservador, sendo suas ideias opostas às dos iluministas Marquês de Condoncert (1743-1794) e Willian Godwin (1756-1836). Na visão destes dois autores, o progresso presente no desenvolvimento econômico e no acesso à educação e trabalho levaria à melhoria da qualidade de vida, resultando na redução das taxas de mortalidade. Essa melhoria não implicaria necessariamente em crescimento populacional, pois racionalmente as pessoas instruídas poderiam optar por ter menos filhos para melhorar sua qualidade de vida. Nota-se que as ideias progressistas desses dois autores estão bem atuais.
Neomalthusianos.
Semelhante em muitos aspectos à teoria de Malthus, os neomalthusianos afirmam que o crescimento populacional exagerado é um problema, pois isso gera pobreza e subdesenvolvimento. No entanto, os neomalthusianos diferenciam-se da ideia de Malthus ao defenderem a importância do controle de natalidade. Um exemplo da aplicação das ideias neomalthusianos é a "Política de filho único da China" para áreas urbanas.
Observação:
Na atualidade, na China, a política do filho único está sendo abandonada devido a significativa redução do crescimento populacional que ocorre por diversos fatores, entre eles, urbanizacao, maior acesso a informação e a métodos contraceptivos.
Reformistas
Criticam o consumismo e a distribuição injusta de alimentos no mundo. Destacam a importância dos investimentos no planejamento familiar como forma de contribuir para autonomia e livre escolha consciente dos indivíduos em relação à natalidade.
Na concepção reformista é o capitalismo e não o crescimento populacional que gera pobreza.
Bibliografia
MALTHUS, Thomas Robert. Economia. São Paulo: Ática, 1982.
MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil. Espaço Geográfico e Globalização – Ensino Médio. Volume III. São Paulo: Scipíone, 2016.