Brasil: migração
Por Herodes Cavalcanti 29/07/2023
O século XIX e o início do século XX foram
marcados pela entrada de um forte fluxo de migrantes estrangeiros para
trabalhar na lavoura cafeeira, principalmente no oeste paulista no Estado de São Paulo. A Lei de
Terras de 1850 que institui a propriedade privada e a abolição da escravidão
são mudanças relacionadas ao estímulo do Estado e dos fazendeiros para atrair
imigrantes. Estes passaram atuar como colonos substituindo o trabalho escravo.
Colônias de imigrantes
- 1819,
1.700 suíços de língua alemã, provenientes do Cantão de Friburgo, foram
instalados no Rio de Janeiro, onde fundaram, em 1820, a atual cidade de
Nova Friburgo.
- 1824,
início da colonização alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e, em
1827, outra colônia alemã foi instalada em Rio Negro, no Paraná.
- 1829,
fundada uma colônia alemã em Santo Amaro (SP) e outra em São Pedro de
Alcântara (SC).
- Em 1830,
foi criada uma colônia alemã no Espírito Santo.
Obs.: Cabe atentar que nas colônias agrícolas no sul do Brasil predominou o minifundio e a policultura.
Importantes fluxos de imigrantes
- Período
ítalo-eslavo (1872-1886);
- Período
italiano (1887-1914) - foi o período de maior entrada, chegando a atingir
100.000 imigrantes anuais;
- Período japonês (1920-1934). Vale do Ribeira SP-PR (Área de Registro para produção de banana); Vale Paraíba do Sul
SP-RJ (Área de Mogi das Cruzes para produção de arroz e tomate). Pará (área de Tomé Açú para produção
de juta e pimenta do reino).
No ano de 1934, a Lei de cotas, instituída no
governo de Getúlio Vargas, proíbe a entrada de imigrantes com tendências
políticas, principalmente italianos (anarquistas e socialistas). A partir deste
período, reduz-se a entrada de estrangeiros no país, ao passo que isso ocorre
cresce a importância da migração interna.
Nos anos 1950, a rápida industrialização do país estimula ainda mais a migração interna do campo para a cidade. No plano internacional, a Europa e o Japão passam pela reconstrução do após 2ª Guerra Mundial, a relativa paz deste período e a prosperidade econômica reduz a saída de emigrantes destas localidades
- Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
- Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro);
- Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
- Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha);
- Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília);
- Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).
Principais fluxos migrações internos recentes
- Em direção a cidades de forte dinamismo econômico regional e nacional
- Áreas de ocupação recente devido expansão da fronteira agrícola (RO, AP, MT, TO e PA)
- Áreas de mineração, exemplo: Canaã, Parauapebas e Curionópolis no PA
- Áreas de expansão da indústria madeireira na Amazônia
- Áreas de grandes obras (rodovias, represas etc.)
Outras observações em relação a situação dos fluxos migratórios do presente
- Reduz o fluxo migratório do nordeste para o sudeste.
- Cresce o movimento de retorno do Sudeste para o Nordeste
- A migração inter-regional (entre regiões) continua importante
- Cresce a migração intra-regional (dentro das regiões)
Migração: conceitos básicos
· Emigrante: que sai
· Imigrante: que chega
· Êxodo rural: migração interna do campo para cidade
· Transumância: migração que obedece a sazonalidade (estações do ano)
· Migração temporária: pessoa que migra por um pequeno período, geralmente a trabalho, voltando após terminar seu serviço.
· Migração pendular: migração diária, do centro para periferia ou de uma cidade para outra.
· Nomadismo, peão de trecho, ciganos, andarilhos (andantes com saco nas costas)
Vídeo de apoio TV Futura "Movimentos migratórios causas e consequências"