Metodologia para pesquisa escolar

 

Por Herodes Cavalcanti

A pesquisa é uma reconstrução do conhecimento cuja preocupação central é a de explicar um fenômeno e de tentar avançar o conhecimento, ou seja, de produzir uma análise em um patamar mais elevado.

Fontes variadas são utilizadas como base ou subsídio das pesquisa. Entre os principais materiais que você pode utilizar destaca-se as entrevistas, os artigos, os livros e as materiais de jornais, sites e revistas. 

Tendo consciência que a pesquisa não é construída do nada discutiremos a seguir como citar o material utilizado na confecção do nossos textos. 

“[...] criar não é retirar do nada. Embora seja sempre preferível a criação claramente inspirada e inovadora, na expectativa cotidiana não é possível fazer regra do extraordinário. Precisamos reconhecer, no realismo do dia-a-dia que marca e limita pessoas e sociedades, que criar já é o processo de digestão própria, pelo menos a impressão de colorido pessoal em algo retirado de outrem. Mesmo porque, de modo geral, assim começa a criação: pela cópia retocada. Com o tempo, emergem condições mais profundas de inovação, que não caem do céu por descuido, mas são construídas na história da vida, em processo de infindável conquista” (DEMO, 1990, P. 17-18).

Pesquisa: princípio científico e educativo – Pedro Demo

CITAÇÃO

É a reprodução integral de parte do texto consultado.  A citação pode ser direta com até três linhas integrada ao parágrafo e com mais de três separada do texto

CITAÇÃO DIRETA COM ATÉ TRÊS LINHAS

A citação direta com até três linhas pode ser integrada ao parágrafo desde que o texto copiado contenha aspas duplas.

Exemplo:

Conforme Sposito (2001, p. 13) “[...] no neolítico já havia se realizado a primeira condição para o surgimento das cidades, qual seja, a fixação do homem à terra através do desenvolvimento da agricultura e da criação de animais [...]”. Essas condições  proporcionaram o aparecimento das primeiras aldeias, forma de organização social que representa o embrião das primeiras cidades.

CITAÇÃO DIRETA COM MAIS DE TRÊS LINHAS

Quando a reprodução integral de parte do texto consultado exceder três linhas, o texto deve ser transcrito com letra menor e com recuo de 4 cm na margem esquerda. Nesse caso o texto transcrito não precisa ser identificado por aspas.  Exemplo:

O neolítico foi assim marcado pela vida estável das aldeias, que se caracterizava por proporcionar condições melhores – se comparadas às da vida itinerante de antes -, para a fecundidade  (a fixação permitiu mais tempo e energia para a sexualidade), a nutrição (a alimentação não dependia mais exclusivamente das atividades predatórias, mas estava garantida pela agricultura e criação) e a proteção [...] (SPOSITO, 2001, p. 20)

Capitalismo e Urbanização - Maria da E. B. Spósito

CITAÇÃO INDIRETA

É uma paráfrase, reelaboração dos textos consultado sem citá-lo de forma literal. 

Nesses casos cria-se um resumo (escreve com suas palavras) sem copiar pedaços do texto do autor. Vejamos:

Texto original

O neolítico foi assim marcado pela vida estável das aldeias, que se caracterizava por proporcionar condições melhores – se comparadas às da vida itinerante de antes -, para a fecundidade  (a fixação permitiu mais tempo e energia para a sexualidade), a nutrição (a alimentação não dependia mais exclusivamente das atividades predatórias, mas estava garantida pela agricultura e criação) e a proteção [...] (SPOSITO, 2001, p. 20).

Paráfrase do texto anterior

Segundo Sposito (2001) no paleolítico predominava o nomadismo, já no neolítico é o sedentarismo que passa a predominar. Nessa segunda fase o homem começa a desenvolver a agricultura e surgem as primeiras aldeias. Posteriormente, com o aumento da complexidade da organização social e com a crescente divisão do trabalho, surgem as primeiras cidades.

Falsa paráfrase

Texto original

A vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. Sucessivas gerações viveram numa constante expectativa do demônio destruidor, cujo reino seria de fato um caos sem lei, uma era votada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio de um termo ansiado, a Segunda Vinda e o Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alerta, atentas aos “sinais’ que, segundo a tradição profética, anunciariam e acompanhariam o último “período de desordem”; e, já que os “sinais” incluíam maus governantes, discórdia civil, guerra, fome, carestia, peste, cometas, mortes imprevistas de pessoas eminentes e uma crescente pecaminosidade geral, nunca houve dificuldade em detectá-los.

Transcrição integral do trecho do livro Os Fanáticos do Apocalipse de Norman Cohn

Exemplo retirado do livro Como Se faz uma tese de Umberto Eco, 1995, p. 128

Falsa paráfrase do texto anterior

Observação: 

O que aparece em azul é cópia literal do texto

Segundo Norman Cohn uma lista de opiniões expressas pelo autor em outros capítulos. Por outro lado, cumpre não esquecer que a vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. As gerações viviam na constante expectativa do demônio destruidor, cujo reino seria de fato um caos sem lei, uma era consagrada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio à Segunda Vinda ou ao Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alerta, atentas aos sinais que, segundo os profetas, acompanhariam e anuncia riam o último “período de desordem”: e, já que esses “sinais” incluíam os maus governantes, a discórdia civil, a guerra, a seca, a fome, a carestia, as pestes e os cometas, além das mortes imprevistas de pessoas importantes e uma crescente pecaminosidade geral), nunca houve dificuldade em detectá-los.