Brasil: divisões regionais


Por Herodes Cavalcanti 

IBGE

O  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE nasce em 1937 como substituto do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro  -  IHGB. 

O IBGE fornece informações e dados estatísticos que subsidiam o planejamento do país.

As divisões regionais oficiais do país são desenvolvidas pelo IBGE



Contexto de formação do IBGE 

  • Governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945); 
  • Planejamento territorial centralizado 
  • Preocupado na integração das  diferentes regiões brasileiras.

“Em face da ampla centralização do poder praticada pelo governo estado-novista, as elites locais dos diversos estados (que gozaram de relativa autonomia nas primeiras décadas da república) tiveram de adaptar seus discursos sintonizando-os com as concepções praticadas pela União. Trata-se do período de afirmação das atuais identidades regionais presentes no país, com movimentos regionalistas emergindo em vários quadrantes do território brasileiro” (MORAES, 2011, p. 92). 
Livro: Geografia Histórica do Brasil


Ao longo de sua existência, o IBGE adotou 7 divisões regionais do Brasil sendo a primeira de 1942  foi baseada em critérios fisiográficos (físicos e naturais)


A divisão mais recente de 2017 "Regiões geográficas imediatas e intermediárias" utiliza a rede urbana brasileira como seu principal critério de referência. As regiões são pensadas a partir dos aglomerados urbanos.

Mapa atual: divisão regional oficial do Brasil



Importância das divisões regionais
  • Subsídio para políticas públicas e planejamento setorial e regional. 
  • Subsídio para decisões relativas a organização e cobrança de impostos.

Principais mudanças na organização dos Estados no território brasileiro

  • Em 1974 o Estado da Guanabara foi fundido ao do Rio de Janeiro
  • Em 1977 é criado o Estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado do Mato Grosso
  • Em 1981 o território federal de Rondônia foi transformado em Estado
  • Em 1988 é criado o Estado de Tocantins, desmembrado do Estado de Goiás
  • Em 1988 o território federal de Fernando de Noronha é incorporado ao Estado de Pernambuco
  • Em 1988 os territórios federais de Roraima e Amapá tornam-se Estado.
Tentativa recente de divisão do PA rejeitada através de plebiscito em 2011

Como ficaria! 



Complexos regionais 

Divisão regional do Brasil não oficial de 1967 
Foi elaborada por Pedro Geiger

Formado em Geografia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1943.
Trabalhou no IBGE e lecionou em universidades no Brasil e exterior.
Os estudos de Geiger destacam-se na área da Geografia Urbana, Regionalização e Análise regional




Pressupostos da proposta de Complexos Regionais
  • Processo histórico de formação (semelhanças históricas, econômicas e culturais)  e características naturais do território brasileiro.
  • Observação: essa divisão não leva em conta os limites estaduais, pois ela tem como principal critério as disparidades socioeconômicas



Nordeste

(PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA, parte do MA e norte de MG)

  • Região mais pobre do país
  • Indicadores sociais ruins
  • Concentração populacional na faixa litorânea
  • Riqueza cultural
Amazônia

 (PA, AP, AM, RR, AC, RO, parte do MT, de GO e do MA)

  • Baixa densidade demográfica/vazios demográficos
  • Concentração populacional em Manaus e Belém
  • Economia baseada no extrativismo
  • Destaque para a industrialização na Zona Franca de Manaus

Centro-Sul

(MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS e parte de GO e MT) 

  • Região economicamente mais dinâmica 
  • Principal destino de migrantes do país
  • Região mais industrializada 
  • Agricultura moderna/parte exportada

Quatro Brasis – 1999

Divisão regional do Brasil não oficial elaborada por Milton Santos



Critérios para essa divisão territorial: 
  • Quantidade de recursos tecnológicos avançados
  • Número de atividades econômicas modernas nas áreas financeira, comercial, de serviços, industrial e agropecuário 


“[...] propomos uma divisão regional baseada, simultaneamente, numa atualidade marcada pela difusão diferencial do meio técnico-científico-informacional e nas heranças do passado” (SANTOS; SILVEIRA, 2008).  Livro: O Brasil

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